Ando trabalhando demais. O que só me ajuda a pensar que preciso de um tempo maior para renovar minha inspiração e minha vontade. Nessa busca por recriação, dedico horas ao navegar, meio insano, meio frustrado, do mundo virtual... Não recorro às idas ao centro, como fez minha amiga Luísa, porque tenho o conforto do redtube...
Mas, no fundo, não se trata de sexo apenas. E quando falo isso, não menosprezo a união sexual humana, sabe você. No fim, o que mais importa é companhia. Sentir-se querido. Perdoe-me por trazer a este blog um ar sentimental quase tão barato como os programas sexuais do centro da cidade. Eu só me pergunto: estamos sempre sedentos por sexo? Ardentemente prontos?
Não sei. Tô me sentindo um broxa. Desses tão broxas, que não se deixaria seduzir por qualquer artifício da mulher mais atraente: esta, que nos atormenta com pesadelos sexuais e que nos faz seguir cada passo seu meticulosamente, com coração e, quem sabe outras coisas, na mão.
Quando digo que sou incorruptível a qualquer artifício, entenda-me sério. Imagine-me sentado num banco qualquer, a refletir sobre coisas importantíssimas de cunho político global, quando me aparece ninguém menos que ela, a querida das minhas pujanças carnais, soberbamente ajustada a sua roupa, com um sorriso malicioso nos lábios como suas palavras:
- O que cê ta fazendo aqui sozinho? (Talvez eu seja levemente pervertido por encarar uma frase tão marcadamente comum como um convite).
- Eu? Fingindo-me introvertido e solitário para descolar a pena de alguém. (É verdade que, a primeiro plano, eu pareça mais desavergonhado, mas vejamos).
- Eu sabia que você não deveria prestar. Aproveitando-se dos sentimentos altruístas das pessoas para lucrar com isso. Você deveria se envergonhar. (Neste exato momento, ela me toca o rosto e senta-se).
Depois desse gesto, todo um comentário se faz necessário. Ver a forma como ela sorriu sutilmente de canto de boca e não disfarçou o olhar, digamos, me assustou. Sentar-se do meu lado; tocar meu rosto; sua demonstração de interesse me pareceu clara e inegável. Dizendo em outras palavras, se eu esperava por um momento para colocar a camisinha, era aquele.
- Estou totalmente envergonhado e vou-me retirar para poupá-la.
- Não vejo do que vai me poupar ao sair. Você quer dizer poupar-se, né? Pelo jeito, não passa de um cordeiro, esperando o abate...
Meu deus, é atrevida. Como ousa chamar o senhor da coragem de cordeiro? Será se já percebeu que sou brocha também? Estava justamente a pedir os céus que me livrasse daquela situação, que me carregasse para um canto seguro, que derrubasse um meteoro, quando ela se aproximou mais e depositou a mão na minha coxa.
- Tô te assustando, criatura indefesa?
Não me saíam palavras, o mais próximo disso era um som gutural somente advindo com dores parecidas a parada cárdica. Mirei-a; que olhos... Fechei os meus e pensei que tinha que decidir naquele instante. Havia dois caminhos possíveis:
1º) Ou pego a mão dela e tiro da minha perna. Levanto-me ofendido, digo que não é tão simples assim conseguir algo comigo e vou-me embora.
2º) Ou digo que sou broxa e vou-me embora humilhado.
Embora a segunda opção fosse tentadora, tenho um quê de masoquismo aflorado, optei por agir conforme a primeira, esforçando-me como poucos seriam capazes para parecer verdadeiro.
- Desculpe madame. Mas não é tão fácil assim me corromper com prazeres mundanos; parece que você me entendeu mal.
Nem terminei de dizer, levantei-me e segui rapidamente meu rumo, quando fui, quem diria, tomado de assalto por uma mão forte a me segurar e a me conduzir a parede. A visão que tinha era de seu rosto, centímetros do meu, e aqui prefiro ressaltar a sensação que tive do seu corpo próximo, tão próximo...
- Prazeres mundanos? Vou preferir ainda mais se você for um eunuco. Mas sei que está bancando o difícil unicamente para me seduzir. Não minta...
Os centímetros que nos separava foram sendo pouco a pouco consumidos. Parecia estar diante de uma situação incontornável, não falo por ela, mas por mim, que a naquele momento já imaginava e torcia para que, em breve, conhecesse sua chama interna. Beijou-me, e que ardência tinha: chupava-me os lábios, lambia, mordia. Colocava sua língua de sobressalto em minha boca e me levava em movimentos vigorosos a querê-la inescrupulosamente.
Rápido demais talvez, minhas mãos perderam um pouco o controle. Apalpei em toda extensão suas costas, levantando a cada movimento contínuo um pouco sua blusa. Sentia o contorno do abdômen com a ponta dos dedos: nossa senhora, que gostosa. O grande erro da vida dela foi ter despertado o dragão do desejo a duras penas mantido adormecido, e, por tal feito, ela pagaria até a sua completa satisfação.
(continua)
Mas, no fundo, não se trata de sexo apenas. E quando falo isso, não menosprezo a união sexual humana, sabe você. No fim, o que mais importa é companhia. Sentir-se querido. Perdoe-me por trazer a este blog um ar sentimental quase tão barato como os programas sexuais do centro da cidade. Eu só me pergunto: estamos sempre sedentos por sexo? Ardentemente prontos?
Não sei. Tô me sentindo um broxa. Desses tão broxas, que não se deixaria seduzir por qualquer artifício da mulher mais atraente: esta, que nos atormenta com pesadelos sexuais e que nos faz seguir cada passo seu meticulosamente, com coração e, quem sabe outras coisas, na mão.
Quando digo que sou incorruptível a qualquer artifício, entenda-me sério. Imagine-me sentado num banco qualquer, a refletir sobre coisas importantíssimas de cunho político global, quando me aparece ninguém menos que ela, a querida das minhas pujanças carnais, soberbamente ajustada a sua roupa, com um sorriso malicioso nos lábios como suas palavras:
- O que cê ta fazendo aqui sozinho? (Talvez eu seja levemente pervertido por encarar uma frase tão marcadamente comum como um convite).
- Eu? Fingindo-me introvertido e solitário para descolar a pena de alguém. (É verdade que, a primeiro plano, eu pareça mais desavergonhado, mas vejamos).
- Eu sabia que você não deveria prestar. Aproveitando-se dos sentimentos altruístas das pessoas para lucrar com isso. Você deveria se envergonhar. (Neste exato momento, ela me toca o rosto e senta-se).
Depois desse gesto, todo um comentário se faz necessário. Ver a forma como ela sorriu sutilmente de canto de boca e não disfarçou o olhar, digamos, me assustou. Sentar-se do meu lado; tocar meu rosto; sua demonstração de interesse me pareceu clara e inegável. Dizendo em outras palavras, se eu esperava por um momento para colocar a camisinha, era aquele.
- Estou totalmente envergonhado e vou-me retirar para poupá-la.
- Não vejo do que vai me poupar ao sair. Você quer dizer poupar-se, né? Pelo jeito, não passa de um cordeiro, esperando o abate...
Meu deus, é atrevida. Como ousa chamar o senhor da coragem de cordeiro? Será se já percebeu que sou brocha também? Estava justamente a pedir os céus que me livrasse daquela situação, que me carregasse para um canto seguro, que derrubasse um meteoro, quando ela se aproximou mais e depositou a mão na minha coxa.
- Tô te assustando, criatura indefesa?
Não me saíam palavras, o mais próximo disso era um som gutural somente advindo com dores parecidas a parada cárdica. Mirei-a; que olhos... Fechei os meus e pensei que tinha que decidir naquele instante. Havia dois caminhos possíveis:
1º) Ou pego a mão dela e tiro da minha perna. Levanto-me ofendido, digo que não é tão simples assim conseguir algo comigo e vou-me embora.
2º) Ou digo que sou broxa e vou-me embora humilhado.
Embora a segunda opção fosse tentadora, tenho um quê de masoquismo aflorado, optei por agir conforme a primeira, esforçando-me como poucos seriam capazes para parecer verdadeiro.
- Desculpe madame. Mas não é tão fácil assim me corromper com prazeres mundanos; parece que você me entendeu mal.
Nem terminei de dizer, levantei-me e segui rapidamente meu rumo, quando fui, quem diria, tomado de assalto por uma mão forte a me segurar e a me conduzir a parede. A visão que tinha era de seu rosto, centímetros do meu, e aqui prefiro ressaltar a sensação que tive do seu corpo próximo, tão próximo...
- Prazeres mundanos? Vou preferir ainda mais se você for um eunuco. Mas sei que está bancando o difícil unicamente para me seduzir. Não minta...
Os centímetros que nos separava foram sendo pouco a pouco consumidos. Parecia estar diante de uma situação incontornável, não falo por ela, mas por mim, que a naquele momento já imaginava e torcia para que, em breve, conhecesse sua chama interna. Beijou-me, e que ardência tinha: chupava-me os lábios, lambia, mordia. Colocava sua língua de sobressalto em minha boca e me levava em movimentos vigorosos a querê-la inescrupulosamente.
Rápido demais talvez, minhas mãos perderam um pouco o controle. Apalpei em toda extensão suas costas, levantando a cada movimento contínuo um pouco sua blusa. Sentia o contorno do abdômen com a ponta dos dedos: nossa senhora, que gostosa. O grande erro da vida dela foi ter despertado o dragão do desejo a duras penas mantido adormecido, e, por tal feito, ela pagaria até a sua completa satisfação.
(continua)
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