terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Minha primeira vez.

Logo de cara quero dizer que sou taurino, quente, prático e que gosto muito de sexo. Não faço o gênero babaca emo nem machão, mas considero a sexualidade um lado importante da vida, uma prática que deve sim ser diária (ao menos em pensamentos, como pro camarada Jack aí de baixo). Sou sucinto, o que não sei bem se serve pra se escrever num blog. Essa é minha primeira vez. Por falar nisso, passei muitos anos vendo mulher pelada (e/ou gemendo) só em revista e filme pornô - no auge do caos hormonal adolescente, esse material se tornou inclusive um tipo de vício escroto: eu pensava em sexo todo dia, toda hora e se não assistisse ao menos um vídeo por dia, meu, eu pirava: não conseguia dormir, tirava nota baixa, ficava de mal humor... essas coisas. Foda. Tive insônia, tentava espiar a gostosa do apê de frente (quase comprei um telescópio), tentava espiar a empregada se trocando... Cara, eu tentei espiar a irmã do meu melhor amigo quando fui dormir lá. Ninguém me viu, mas é foda assim mesmo - meu problema era secura e não caráter. Percebi que estava perdendo a dignidade, chegando ao fundo do poço. . Eu sabia tudo sobre sexo, já tinha assistido de tudo (até aqueles filmes bizarros com coisas horríveis e excitantes: bichos, surubas, porrada e por aí vai). E as imagens dos filmes pornô, das revistas me consumiam. Eu ficava duro tantas vezes por dia que meu pau doía. Eu tava pirando completamente e foi aí que decidi que era hora de procurar ajuda profissional. Porque se o mundo nos oferece facilidades, para que recusá-las? Na zona de meretrício me fiz homem. Mas o que me fez de fato não foi trepar, pq tem cara que trepa e não pode ser chamado de homem. O que eu comecei a aprender lá foi que a conquista, o artifício árduo de olhar pra uma mulher, encantar-se com ela e dominá-la é o mais importante do sexo. Saí de lá arrasado porque não é pagando que se consegue prazer, é conquistando. Voltei pra casa, deletei todos os meus arquivos pornô e passei a olhar as meninas da minha sala com outros olhos. Deixei de caçar unicórnios e passei às caçadas do sexo possível.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

a saga de um héroi se inicia

Ando trabalhando demais. O que só me ajuda a pensar que preciso de um tempo maior para renovar minha inspiração e minha vontade. Nessa busca por recriação, dedico horas ao navegar, meio insano, meio frustrado, do mundo virtual... Não recorro às idas ao centro, como fez minha amiga Luísa, porque tenho o conforto do redtube...

Mas, no fundo, não se trata de sexo apenas. E quando falo isso, não menosprezo a união sexual humana, sabe você. No fim, o que mais importa é companhia. Sentir-se querido. Perdoe-me por trazer a este blog um ar sentimental quase tão barato como os programas sexuais do centro da cidade. Eu só me pergunto: estamos sempre sedentos por sexo? Ardentemente prontos?

Não sei. Tô me sentindo um broxa. Desses tão broxas, que não se deixaria seduzir por qualquer artifício da mulher mais atraente: esta, que nos atormenta com pesadelos sexuais e que nos faz seguir cada passo seu meticulosamente, com coração e, quem sabe outras coisas, na mão.

Quando digo que sou incorruptível a qualquer artifício, entenda-me sério. Imagine-me sentado num banco qualquer, a refletir sobre coisas importantíssimas de cunho político global, quando me aparece ninguém menos que ela, a querida das minhas pujanças carnais, soberbamente ajustada a sua roupa, com um sorriso malicioso nos lábios como suas palavras:

- O que cê ta fazendo aqui sozinho? (Talvez eu seja levemente pervertido por encarar uma frase tão marcadamente comum como um convite).

- Eu? Fingindo-me introvertido e solitário para descolar a pena de alguém. (É verdade que, a primeiro plano, eu pareça mais desavergonhado, mas vejamos).

- Eu sabia que você não deveria prestar. Aproveitando-se dos sentimentos altruístas das pessoas para lucrar com isso. Você deveria se envergonhar. (Neste exato momento, ela me toca o rosto e senta-se).

Depois desse gesto, todo um comentário se faz necessário. Ver a forma como ela sorriu sutilmente de canto de boca e não disfarçou o olhar, digamos, me assustou. Sentar-se do meu lado; tocar meu rosto; sua demonstração de interesse me pareceu clara e inegável. Dizendo em outras palavras, se eu esperava por um momento para colocar a camisinha, era aquele.

- Estou totalmente envergonhado e vou-me retirar para poupá-la.

- Não vejo do que vai me poupar ao sair. Você quer dizer poupar-se, né? Pelo jeito, não passa de um cordeiro, esperando o abate...

Meu deus, é atrevida. Como ousa chamar o senhor da coragem de cordeiro? Será se já percebeu que sou brocha também? Estava justamente a pedir os céus que me livrasse daquela situação, que me carregasse para um canto seguro, que derrubasse um meteoro, quando ela se aproximou mais e depositou a mão na minha coxa.

- Tô te assustando, criatura indefesa?

Não me saíam palavras, o mais próximo disso era um som gutural somente advindo com dores parecidas a parada cárdica. Mirei-a; que olhos... Fechei os meus e pensei que tinha que decidir naquele instante. Havia dois caminhos possíveis:

1º) Ou pego a mão dela e tiro da minha perna. Levanto-me ofendido, digo que não é tão simples assim conseguir algo comigo e vou-me embora.

2º) Ou digo que sou broxa e vou-me embora humilhado.

Embora a segunda opção fosse tentadora, tenho um quê de masoquismo aflorado, optei por agir conforme a primeira, esforçando-me como poucos seriam capazes para parecer verdadeiro.

- Desculpe madame. Mas não é tão fácil assim me corromper com prazeres mundanos; parece que você me entendeu mal.

Nem terminei de dizer, levantei-me e segui rapidamente meu rumo, quando fui, quem diria, tomado de assalto por uma mão forte a me segurar e a me conduzir a parede. A visão que tinha era de seu rosto, centímetros do meu, e aqui prefiro ressaltar a sensação que tive do seu corpo próximo, tão próximo...

- Prazeres mundanos? Vou preferir ainda mais se você for um eunuco. Mas sei que está bancando o difícil unicamente para me seduzir. Não minta...

Os centímetros que nos separava foram sendo pouco a pouco consumidos. Parecia estar diante de uma situação incontornável, não falo por ela, mas por mim, que a naquele momento já imaginava e torcia para que, em breve, conhecesse sua chama interna. Beijou-me, e que ardência tinha: chupava-me os lábios, lambia, mordia. Colocava sua língua de sobressalto em minha boca e me levava em movimentos vigorosos a querê-la inescrupulosamente.

Rápido demais talvez, minhas mãos perderam um pouco o controle. Apalpei em toda extensão suas costas, levantando a cada movimento contínuo um pouco sua blusa. Sentia o contorno do abdômen com a ponta dos dedos: nossa senhora, que gostosa. O grande erro da vida dela foi ter despertado o dragão do desejo a duras penas mantido adormecido, e, por tal feito, ela pagaria até a sua completa satisfação.

(continua)